Série Desmascarando Seitas – Parte I

Créditos da imagem: Gavin Allanwood

“Porque surgirão falsos cristos e falsos profetas, e farão tão grandes sinais e prodígios que, se possível fora, enganariam até os escolhidos.”

(Mateus 24:24)

Introdução

Por que o estudo de seitas é importante para a vida cristã? Em primeiro lugar, é importante para que o cristão esteja vigilante para que não seja enganado por falsas doutrinas, que muitas vezes se apresentam como verdades de Deus, ou então usam verdades bíblicas como uma porta de entrada para “seduzir” os cristãos a caminhos tortuosos. Em segundo lugar, ao estudarmos doutrinas heréticas também estamos reafirmando as doutrinas verdadeiras, pois para identificar que algo está errado precisamos saber o que é o certo primeiro. E, por último, é importante para o cristão conhecer os erros doutrinários de outras denominações para estar munido de uma mensagem evangelística, alertando outras pessoas que podem ter sido enganadas por não terem suficiente informação teológica para discernir, e desse modo poder lhes trazer a luz da verdade.

A série ‘Desmascarando Seitas’ busca apresentar aos leitores um resumo das principais características que fundamentam as principais denominações autointituladas cristãs, mas que possuem doutrinas estranhas e heréticas em seu corpo doutrinário. Cada parte abrangerá uma denominação específica (Adventistas, Testemunhas de Jeová, Mórmons e Espiritismo), onde apresentaremos um breve histórico do surgimento da denominação e os aspectos doutrinários controversos que professa, confrontando-os à luz das Escrituras e da interpretação ortodoxa. Caso o leitor não tenha um entendimento pleno de como definir ou identificar uma heresia, temos um artigo específico para tratar do assunto de forma geral.


Parte I – Igreja Adventista do sétimo dia

A igreja adventista do sétimo dia é uma denominação considerada genuinamente cristã em diversos grupos evangélicos, porém, não por unanimidade. Na verdade, uma grande parte do seu corpo doutrinário está de fato de acordo com as Escrituras, porém, outra parte de suas doutrinas foge da revelação de Deus e apela para interpretações heréticas. Também possui características sectárias, conforme vamos desvendar mais adiante. É importante deixar claro que o adventismo de que vamos tratar neste artigo é o adventismo sabatista (ou adventismo do sétimo dia).  Existem diversas variações dentro da denominação adventista, mas a maior e mais conhecida aqui no Brasil é o nosso objeto de estudo.


A história do adventismo

O adventismo teve origem nos Estados Unidos no início do século XIX, numa época onde houve um grande “despertar” no meio evangélico para questões sobre a volta de Cristo, os últimos tempos, o juízo final e o arrebatamento. Um pastor batista de Nova Iorque chamado William Miller foi o precursor do que mais tarde seria a raiz do movimento adventista. Muito conhecido por suas pregações a respeito da volta de Cristo, elaborou a sua própria interpretação sobre o texto de Daniel 14 (a respeito da visão das 2300 tardes e manhãs), e, após alguns cálculos, chegou à conclusão “profética” de que Jesus voltaria em 1843 e 1844. Por causa do “despertar” que se vivia na época, a mensagem do pastor ganhou ampla aceitação e viu seu grupo de fiéis aumentar exponencialmente.

Como já era de se esperar, os cálculos “proféticos” de Miller revelaram-se equivocados e a tão esperada volta de Cristo não aconteceu. Após esse episódio de profunda frustração, que ficou conhecido como “O Grande Desapontamento”, Miller retirou-se de cena e não ousou voltar a “remarcar” a volta de Cristo. Entretanto, três de seus mais fervorosos seguidores se uniram para estabelecer o que seria o fundamento da igreja adventista, baseados numa reinterpretação dos cálculos de Miller.

Hiran Edson, que além de discípulo também era amigo de Miller, alegou ter recebido uma nova revelação de Deus logo após o fracasso profético de Miller. A revelação buscava “corrigir” a interpretação errônea de Miller. Segundo Edson, Jesus não havia saído do santo lugar para vir à Terra, mas sim para entrar no segundo compartimento do santuário celeste (uma referência à estrutura do templo em Israel) para realizar uma obra de purificação. Ou seja, na visão de Edson, Miller não estava errado na data calculada, mas sim no movimento que seria realizado por Jesus nessa data. Ele não viria para a Terra naquela ocasião, mas faria um movimento para outro local. Hiran Edson e seus seguidores, insistindo nessa revelação, terminaram por unir-se com dois grandes grupos liderados por outros seguidores de Miller: O grupo liderado por Joseph Bates (cuja ênfase estava na guarda do sábado) e o grupo liderado por Ellen G. White (cuja ênfase estava dons do Espírito Santo).

Da junção destes três grandes grupos surge, então, o movimento adventista.


Principais doutrinas controversas

  • Revelações adicionais e fonte de autoridade: Embora os adventistas afirmem que a Bíblia é a sua maior autoridade doutrinária e regra de fé, eles acreditam que os ensinos de Ellen White possuem a mesma autoridade e grau de inspiração, incorporando suas revelações ao fundamento de suas doutrinas. “Tudo quanto ela disse e escreveu foi puro, elevado, cientificamente correto e profeticamente exato.” (Retirado do livro adventista Sutilezas do Erro) Ou seja, para os adventistas, as Escrituras não são suficientes como plena revelação de Deus, é necessário complementar ou agregar ao seu conteúdo os ensinos proféticos de Ellen White. “Negamos que a qualidade ou grau de inspiração dos escritos de Ellen White seja diferente dos encontrados nas Escrituras Sagradas.”. (Revista Adventista, ed. 1984, p. 37)
  • Exclusivismo: A igreja adventista afirma que somente os adventistas são o povo de Deus, o remanescente da profecia bíblica. “Eu creio no futuro brilhante do movimento adventista, porque não somos uma simples igreja entre as demais, nós somos o remanescente de Deus para o tempo do fim.” (Artigo da revista adventista, 2001, p.10). Na revista adventista americana, The Review And Herald, foi citado que: “As igrejas denominacionais caídas são Babilônia. A Babilônia tem estado a promover doutrinas venenosas, o vinho do erro, esse vinho é composto de doutrinas falsas, como a imortalidade da alma, o tormento eterno dos ímpios, a negação da existência corpórea de Cristo antes de seu nascimento, e a defesa do primeiro dia da semana acima do santo dia de Deus que é o Sábado.”. (artigo de 12 de setembro de 1893)
  • Pré-existência de Jesus na forma de Miguel: Ellen White, no livro Os Patriarcas (na página 366), lança a revelação de que Jesus e o arcanjo Miguel são a mesma pessoa. Ou seja, Jesus já existia antes de encarnar na forma humana, mas ele assumia a forma do arcanjo Miguel. A base para essa interpretação herética está em Judas 1:9, que diz: “Mas o arcanjo Miguel, quando contendia com o diabo, e disputava a respeito do corpo de Moisés, não ousou pronunciar juízo de maldição contra ele; mas disse: O Senhor te repreenda.”. No livro Early Writings, de 1882, Ellen White declara que: “Moisés passou pela morte, mas Miguel veio e lhe deu vida eterna antes que seu corpo visse a corrupção. Satanás tentou segurar o corpo reclamando como seu, mas Miguel ressuscitou Moisés e o tomou para o céu. Satanás rebelou-se cruelmente contra Deus acusando-o de injusto, permitindo que sua presa fosse tomada dele, mas Cristo não repreendeu seu adversário, humildemente se submetendo ao Pai dizendo: O Senhor te repreenda.” (p. 164)
  • A natureza pecaminosa de Jesus: Um dos ensinos adventistas é o de que Jesus tinha pecado. No livro Estudos Bíblicos (p. 140, 141), o ensino adventista declara: “Em sua humanidade, Cristo participou de nossa natureza pecaminosa caída, se não fosse assim, ele não teria sido feito como seus irmãos e não poderia ter sido tentado como todos e não venceu como temos de vencer. Portanto, ele não seria o perfeito e completo salvador. A ideia de que Cristo foi nascido de uma mãe imaculada e sem pecado [conforme os católicos alegam], que Jesus não herdou tendências para o pecado, e que por isso não pecou, essa doutrina remove Jesus do mundo caído e do próprio lugar onde ajuda é necessária. Em seu lado humano, Cristo herdou exatamente o que todo filho de Adão herda: Uma natureza pecaminosa caída.”.
  • Salvação por obras: Muito embora o posicionamento oficial da igreja adventista seja afirmar que a salvação se dá pela graça redentora de Cristo, alguns ensinos de Ellen White parecem indicar o contrário. No seu livro Testimonies For The Church, ela menciona que: “…Cada membro do corpo de Cristo deveria sentir que a salvação de sua própria alma depende de seus próprios esforços individuais.”
  • Guarda do Sábado: Os adventistas possuem um “apreço” pela guarda do sábado que vai muito além de um simples dia de descanso e dedicação ao Senhor, elevando-o até mesmo a uma condição para salvação. Ainda no seu livro Testimonies For The Church, volume III, página 23, Ellen White afirma que: “(…) santificar o sábado ao Senhor importa em salvação eterna.”. Já no livro O grande Conflito, na página 605, ela também diz que “O sábado (…) é o ponto da verdade especialmente controvertido, quando sobrevier aos homens à prova final, será traçada a linha divisória dos que servem a Deus e os que não o servem.” (fazendo uma referência aos que guardam o Sábado).
  • Incerteza da salvação: A igreja adventista nega que o cristão convertido possa ter a certeza da salvação. No livro Christ’s Object Lessons, Ellen White afirma que: “Aqueles que aceitaram o salvador, embora sinceros em sua conversão, nunca deveriam ser ensinados a dizer ou sentir que são salvos.”.
  • Sono da alma: No pensamento adventista, ao morrer, o homem entra num estado de sono (inatividade completa), esperando o “despertar” na ressurreição no juízo final. No livro Nisto Cremos, os adventistas dizem que “A morte é um estado inconsciente para todas as pessoas. As almas dos justos dormem até a ressurreição e o juízo final. Esse sono da alma é um estado de silêncio, inatividade inteira e inconsciência.”. Ellen White ainda afirma que: “A teoria da imortalidade da alma foi uma das falsidades que Roma tomou emprestadas do paganismo e incorporou na cristandade.”.

Refutando as doutrinas controversas

  • Revelações adicionais e fonte de autoridade: Em Hebreus 1:1, fica claro que: “Havendo Deus antigamente falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos nestes últimos dias pelo Filho”. Nessa passagem nós vemos que a revelação progressiva de Deus para a humanidade, iniciada através dos profetas nos tempos antigos, se completou na obra redentora de Cristo e nos registros apostólicos. Jesus é o portador da última revelação de Deus. A revelação de Deus não ficou incompleta: Tudo o que nós precisávamos saber a respeito dos planos de Deus para a redenção da humanidade estão contidos no cânon sagrado. Qualquer revelação posterior ao fechamento do cânon que venha a acrescentar (ou complementar) algo ao que já foi revelado, ou nos trazer uma nova verdade, desafia o que a Bíblia nos ensina.
    Sobre a questão da fonte de autoridade, a Bíblia nos alerta sobre falsos profetas e nos ensina a identifica-los. Em Deuteronômio 18:20-22 vemos que qualquer profecia que não se cumprir conforme foi revelada, não vem de Deus, e quem a profetizou é falso.  Como vimos a respeito da origem da igreja adventista, está fundamentada numa falsa profecia da volta de Cristo que não se cumpriu, muito embora Hiran Edson tenha forçado uma mudança de interpretação na profecia de Miller, no mínimo deve-se de admitir que “Deus errou” ao transmitir sua profecia com exatidão, já que a profecia inicial de Miller estava equivocada. A própria Ellen White também profetizou a volta de Cristo antes da escravidão ser abolida (no seu livro Early Writtings, p. 35), sem considerar muitas outras profecias que falharam em se cumprir. A Bíblia é a nossa única fonte de autoridade, regra de fé e prática para a vida e o caráter do cristão. É a palavra de Deus divinamente inspirada (2 Timóteo 3:16), e nenhum profeta posterior pode se equiparar em grau de autoridade aos profetas e apóstolos bíblicos (2 Pedro 1:20,21).
  • Exclusivismo: Conforme já mencionamos em nosso artigo sobre heresias, uma das características mais comuns em grupos sectários é o de identificar-se como “a única igreja verdadeira”, dando ênfase na denominação e não na salvação através da graça redentora de Cristo. A Bíblia é bem clara em relação a essa questão, versículos como João 3:16, João 14:6 e Atos 16:30-31 são apenas algumas passagens que atestam que a salvação está em Cristo, não em uma determinada denominação.
  • Pré-existência de Jesus na forma de Miguel: Em primeiro lugar é importante deixar claro que a eternidade de Jesus, como Deus, é indiscutível. Jesus sempre existiu. No primeiro capítulo do evangelho de João vemos uma descrição clara a respeito da eternidade do Filho de Deus, o Verbo. Porém, em um determinado momento da história Jesus encarnou, tomando forma humana, fato que ocorreu há aproximadamente 2 mil anos atrás. Antes do nascimento virginal de Jesus, a Bíblia não nos revela nada a respeito de Jesus ter assumido outras formas, muito menos que ele tenha existido como um anjo. Na verdade, temos tão poucas referências bíblicas sobre o arcanjo Miguel que é arriscado associá-lo à figura de Cristo. Mas, mesmo assim, biblicamente falando temos argumentos suficientes para não acreditar nessa interpretação. Primeiro, Miguel não é Deus. No episódio em que ele disputa com o Diabo (Judas 1:9), ele responde: ”O Senhor te repreenda”, dando a entender que ele não tinha autoridade divina. Em Hebreus 1:4 vemos que Jesus tampouco era um anjo e estava muito acima deles, pois “foi feito mais excelente do que os anjos”.
    Algumas pessoas que defendem a pré-existência de Jesus na forma de Miguel usam o versículo de 1 Tessalonicenses 4:16 para associar a “voz de arcanjo” com a voz de Jesus, porém as Escrituras não deixam claras a qual arcanjo se refere. Só pelo fato de não termos citações de outros arcanjos além de Miguel, não significa que ele seja o único arcanjo que exista, e na verdade em Daniel 10:13 fica implícito que existiam outros (“Miguel, um dos primeiros príncipes”).
  • A natureza pecaminosa de Jesus: Existem vários versículos bíblicos que desmentem essa doutrina. Hebreus 4:15 diz que “Como nós, [Jesus] em tudo foi tentado, mas sem pecado”. Da mesma forma, 1 Pedro 2:22 nos diz que “Jesus não cometeu pecado, nem na sua boca se achou engano”. Além do extenso material bíblico que encontramos, o próprio sentido soteriológico do sacrifício de Cristo exige que Jesus não tenha pecado. O sacrifício de Jesus na cruz foi um sacrifício vicário, isto é, foi uma morte substitutiva, ele entregou sua vida por nós, morreu para pagar nossos pecados. Seu sacrifício não seria válido se ele fosse um pecador como todos os humanos, pois se assim fosse, então ele estaria morrendo apenas por seus próprios pecados. Analogamente aos sacrifícios do antigo testamento, em que era necessário ofertar um animal sem defeito algum, o sacrifício de Cristo exigia que o cordeiro (Jesus) fosse perfeito e puro (sem pecado). Afirmar que Jesus era um pecador é o mesmo que invalidar a eficácia da sua obra redentora na cruz.
  • Salvação por obras: As Escrituras também deixam bem claro que a salvação não se dá pelas obras que realizamos, mas sim pela graça redentora de Deus. (Efésios 2:8-9). A salvação é um presente que Deus nos dá, não algo meritório ou fruto de um trabalho de “colaboração” com Deus. Romanos 6:23 também reforça que a salvação é um “dom gratuito de Deus” por meio de Jesus Cristo. Aqui, é necessário fazer uma breve observação em relação ao texto de Tiago 2:24, onde diz que uma pessoa é justificada pelas obras, e não somente pela fé. Se lermos o texto isoladamente e fora de contexto, somos inclinados a interpretar como se Tiago estivesse defendendo a doutrina da salvação por obras, mas fazendo uma análise adequada percebemos que não é essa a interpretação correta do texto. O que Tiago estava ensinando nessa passagem é que uma pessoa verdadeiramente convertida vai apresentar boas obras ao longo da sua caminhada na fé cristã. As boas obras são resultado de um coração transformado por Cristo. É incontestável o fato de que a Bíblia não ensina salvação por obras.
  • Guarda do Sábado: Já explicamos a respeito de como os cristãos devem guardar o sábado em um artigo anterior, mas para resumir: O sábado não deixou de existir como mandamento, todavia, ele é um conceito e não necessariamente o dia de sábado do nosso calendário atual (ou seja, o “sábado” pode ser celebrado em qualquer dia da semana, inclusive no domingo). O sábado nada mais é do que um dia de descanso do trabalho secular para nos dedicarmos à obra do Senhor. O dia em si não possui propriedades salvíficas (ou seja, ninguém vai ser salvo apenas pelo fato de guardar os sábados) e o homem não deve se tornar “refém do sábado”, pois Jesus é o senhor do sábado. Inclusive, existem várias razões históricas pelas quais os cristãos passaram a guardar o domingo como o “sábado”. Primeiro, pelo fato de Jesus ter ressuscitado no domingo (Marcos 16:1), depois, pelo dia de Pentecostes (que foi num domingo), ademais, sabemos também que os primeiros cristãos se reuniam aos domingos (Atos 20:7), e existem várias fontes históricas com citações dos pais da igreja que confirmam que a prática do domingo já acontecia muito antes de Constantino oficializar a religião cristã no império romano (desmentindo o que os adventistas dizem, de que a prática de guardar o domingo surgiu por instituição do império romano). Por exemplo, em uma carta de Inácio de Antioquia , no ano 107 d.C., ele declara que “Não mais observamos o sábado, vivemos na observância do dia do Senhor, no qual também nossa vida reviveu por ele em sua morte.”.
  • Incerteza da salvação: As Escrituras nos dão o subsídio suficiente para podermos afirmar com plena certeza de que pela graça de Deus mediante a fé em Jesus Cristo estamos salvos. São inúmeros os versículos que transparecem a ideia da salvação em Cristo como uma garantia, como João 3:16, 1 João 5:12, Atos 16:31 e Atos 2:21. Não existe nenhum versículo bíblico que ensine que o cristão convertido não pode ter certeza da sua salvação. Por mais que o cristão passe por momentos de turbulência espiritual na sua caminhada na fé, se ele foi verdadeiramente transformado por Cristo, está salvo.
  • Sono da alma: Esta doutrina se baseia numa interpretação literal das Escrituras nas passagens onde se refere a morrer como “adormecer” (para citar alguns exemplos: 1 Reis 2:10, João 11:12, Mateus 27:52, 1 Coríntios 15:18). Mas, fazendo uma análise mais aprofundada do sentido do texto, entendemos que não é essa interpretação adequada. O sentido do “adormecer” não está relacionado ao que acontece após a morte (como se alma entrasse em um estado de adormecimento/inconsciência total), mas sim à passagem da morte para o plano espiritual, que é como um “adormecer”. É uma expressão figurada, ou seja, “adormecemos” (morremos) para depois “acordar” (ressuscitar).
    A respeito do que acontece após a morte, a parábola do rico e Lázaro, em Lucas 16, nos revela um vislumbre. Nesta parábola, Jesus deixa bem claro que as pessoas ao morrer permanecem conscientes, e inclusive levam consigo as lembranças da vida terrena. Não há nada que nos leve a crer que há um estado de inconsciência e adormecimento da alma após a morte.
    Ainda neste contexto, os adventistas também acreditam na mortalidade da alma (ou seja, a alma morre após a morte física), o que também é um ensino que não tem fundamento bíblico. A bíblia na verdade nos ensina a doutrina da imortalidade da alma, como podemos ver nas passagens de Mateus 10:28, Eclesiastes 12:7 e Lucas 20:37, por exemplo.

Conclusão

Diante de tudo o que foi apresentado, é muito difícil afirmar que a igreja adventista seja uma denominação cristã verdadeira. Apesar dos adventistas não negarem alguns dos principais aspectos da doutrina cristã ortodoxa, muitas das suas doutrinas são fundamentadas em distorções teológicas, revelações pós-bíblicas e até mesmo contradições com o texto bíblico. A principal profetisa dos adventistas, Ellen White, já demonstrou estar equivocada em várias de suas profecias, o que torna a situação da denominação ainda mais perigosa, já que elevam um falso profeta à condição de profeta inspirado (e com autoridade para doutrinar), considerando ainda que seus textos e suas revelações estão fortemente enraizados no corpo doutrinário do movimento adventista.

Esperamos que a primeira parte desta série tenha sido de edificação e de alerta para os cristãos mais desavisados que aceitam todo tipo de denominação que se apresenta sob o rótulo de “cristã” ou “evangélica” como verdadeira. Nos últimos tempos, o movimento adventista tem realizado um notável esforço para se infiltrar no meio cristão e dissipar sua imagem de grupo sectário, mas quando conhecemos a verdade, podemos estar seguros de que não seremos enganados.


Referências 

NICODEMUS, Augustus, Seitas e Heresias: Adventismo. Youtube. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=iUohO2MSot8&t=3719s>. Acesso em: 22 de jul. 2022.

13 FALSAS profecias de Ellen G. White. CACP, 2022. Disponível em: http://www.cacp.org.br/13-falsas-profecias-de-eg-white/. Acesso em: 22 jul. 2022.

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